O tratamento inicial de um quadro depressivo contempla a introdução de uma medicação antidepressiva e, na maioria dos casos, associado ao acompanhamento psicoterápico. Em geral, a escolha do antidepressivo é feita com base no subtipo da depressão e nos antecedentes pessoais e familiares.
Ao longo do tratamento, a utilização de um determinado antidepressivo pode não promover uma resposta plena, sendo que em alguns casos a resposta pode ser quase nula. Nesses casos, costuma ser prescrito outro fármaco para ser usado deforma concomitante ao antidepressivo. Este cenário clínico é bastante comum, e à medida em que a resposta clínica é tida como insuficiente, a tendência é que haja o uso associado de vários fármacos e em doses cada vez maiores, o que aumenta de forma considerável a possibilidade de surgimento de efeitos colaterais, os quais são monitorados, porém, eventualmente podem inviabilizar o uso dos medicamentos em tempo e dosagem adequadas para que se obtenha a remissão dos sintomas.
A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é um tratamento relativamente novo para a depressão que não responde ao tratamento medicamentoso, chamada de depressão resistente ou refratária. Em geral, considera-se como depressão resistente aquela que não tem melhora após o uso do segundo antidepressivo. Estudos estimam que cerca de 35% das pessoas que sofrem de depressão não respondem adequadamente ao tratamento medicamentoso.
Reconhecida como um tratamento seguro e eficaz, a EMT foi aprovada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2012, pela Resolução nº 1.986.
A EMT é feita em consultório médico, por aparelho não invasivo que emite pulsos magnéticos através de uma bobina encostada na cabeça do paciente, os quais estimulam a atividade dos neurônios e, consequentemente há melhora dos sintomas depressivos.
Uma sessão de EMT costuma durar 30 minutos e o efeito colateral mais comum é uma leve dor de cabeça. Mais raramente ocorrem tontura, formigamento ou desconforto no local da estimulação. Ao término da sessão, o paciente não precisa estar acompanhado, estando apto para ir embora sem nenhuma restrição, podendo, por exemplo, dirigir.
Infelizmente, o tratamento com EMT não é coberto pelos planos de saúde. Dessa forma, muitos pacientes necessitam recorrer a um advogado ou à Defensoria Pública, para ser submetido a este tratamento.
A Lei 14.454/2022, que alterou a Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656/1998), determina a cobertura do tratamento médico com eficácia comprovada, com base em evidências científicas. É o caso da EMT como tratamento para depressão, que possui nível A de evidência científica.
A depressão pode ser extremamente incapacitante e prejudicial à qualidade de vida. Se você conhece alguém que, a despeito de tomar antidepressivo, ainda não esteja tendo uma resposta medicamentosa adequada ou tenha muitos efeitos colaterais, compartilhe este artigo para que a pessoa possa conhecer a EMT com uma alternativa à forma do tratamento convencional ir em busca de melhores resultados clínicos.